Mantida tradição com a lavagem da escadaria de São Boaventura

Cortejo de São Boaventura com Tatau
Ascom/Wagnevilton Ferreira

Milhares de pessoas – entre canavieirenses e turistas – participaram neste domingo (10) do Cortejo e Lavagem da Escadaria da Igreja Matriz de São Boaventura. Esses festejos, de origem profana, sempre são realizados no domingo que antecede o dia 14 de julho, data em que o Santo Padroeiro de Canavieiras é homenageado pelos católicos.

O cortejo com representações sobre a Igreja de São Boaventura, teve início na praça Maçônica, seguindo pela avenida Octávio Mangabeira (rua 13), foi puxada pelo cantor Tatau, em cima do Trio Elétrico Pankadão, até chegar à praça São Boaventura, em frente a Igreja. Durante todo o percusso, Tatau cantou músicas do seu repertório, animando os participantes.

Participaram, ainda, do cortejo, a Fanfarra Municipal de Canavieiras (Famuca), o Grupo Musical Sambão Metálico, grupos de capoeira, de afoxés, de candomblé, de baianas, carro alegórico com uma maquete com a Igreja de São Boaventura. Entre esses grupos, uma grande multidão passou pela avenida cantando e dançando ao som das músicas de Tatau.

Este ano, acompanhou o cortejo ao lado do prefeito de Canavieiras, Almir Melo, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, que tem forte ligação com a cidade e é autor de diversas emendas que beneficiam o município. Apesar de estar sempre na cidade, Lúcio Vieira Lima disse estar impressionado com o sentimento de religiosidade do canavieirense em relação a São Boaventura. “No próximo ano estarei aqui de novo”, disse o deputado.

Assim que o cortejo chegou em frente a Igreja de São Boaventura, baianas com flores e água de cheiro molhavam as pessoas e a escadaria da igreja, realizando a cerimônia da lavagem. Toda essa solenidade – misto de profana e religiosa – era realizada ao som da música de São Boaventura, logo seguida de outras do repertório do cantor Tatau.

Uma das marcas da tradição da Lavagem da Escadaria da Igreja de São Boaventura é a participação livre e democrática, com a presença de diversos grupo políticos presentes ao cortejo. “É uma festa que tem origem na tradição religiosa e que deve contar com todos os segmentos da população e dos visitantes, sem distinção e com o máximo de representatividade”, cita Almir Melo.

Outra tradição dos festejos ainda mantida a exemplo de servir aos presentes centenas de litros de licor, assim que termina a lavagem da escadaria. Este ano, foram servidos licores de jenipapo, maracujá e gengibre. A seguir, enquanto as bandas musicais se revezam em cima do trio elétrico Love Transformer, a multidão cantava e dançava na praça e nas barracas que comercializam  bebidas e comidas.

Este ano, a Prefeitura de Canavieiras contratou diversas bandas musicais para animar o final de semana dos festejos a São Boaventura. Na sexta-feira (8), se apresentaram as bandas Trivelada, Madeirada e Top da Sofrência; no sábado (9), Toa-toa, Pra te Querer, Maria Bretheira e Risco de Amar; e no domingo (10), Tatau, Neto LX, Sinho Ferrari, Thaine & Thaina, Parangolé e Som de Milionário.

De sexta-feira (8) a domingo (11), todos os shows musicais foram realizados no trio elétrico Love Transformer, que ficou estacionado na praça São Boaventura, ao lado do fórum. Neste domingo (10), foram promovidas 12 horas ininterruptas de show musical. “Foi uma grande festa, planejada para atender a todas as preferências”, disse o prefeito Almir Melo.

Este ano (2016), a festa da Lavagem da Escadaria da Igreja de São Boaventura completou 39 anos de realizada. A idealização do evento remonta ao ano de 1978, na primeira gestão do prefeito Almir Melo, e que perdura até hoje. Inicialmente, a lavagem era realizada, inclusive, dentro da Igreja de São Boaventura, coordenada por Trajano Barbosa.

Conforme lembra o secretário Antônio Amorim Tolentino, as mudanças feitas pela direção da Igreja Católica, em Salvador, em relação aos festejos profanos da lavagem da Igreja do Bonfim, se refletiu também Canavieiras. “De lá pra cá foi suprimida a lavagem no interior da igreja, se resumindo apenas à escadaria, mas que em nada diminuiu a devoção e o brilho da festa”, concluiu Tolentino.